quinta-feira, 3 de novembro de 2011
:♬ "Jamais descobriríamos alguma coisa se nos contentássemos com o que está descoberto. " Sêneca
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"Punk Rock sempre vai existir", diz X antes de show com Pearl Jam
Isso não aconteceria se o Pearl Jam não fosse fã da banda, diz John Doe sobre shows no Brasil. Foto: Scott Gries/Getty Images
"Isso não aconteceria se o Pearl Jam não fosse fã da banda", diz John Doe sobre shows no Brasil
Rafael Machtura
Convidados pessoalmente para abrir a turnê sul-americana do Pearl Jam, que começa nesta quinta-feira (3) em São Paulo, no Estádio do Morumbi, o grupo punk rock X é pouco conhecido pelo público brasileiro. Formado em 1977 em Los Angeles por John Doe, Exene Cervenka, Billy Zoom e D. J. Bonebrake, o quarteto é uma das principais bandas da cena californiana ainda na ativa, sendo idolatrada por ninguém menos que Eddie Vedder.
Em entrevista ao Terra, John Doe comenta sobre a primeira turnê da banda no Brasil, sobre o que espera dos shows no País ("Nós vamos tocar o máximo que a gente conseguir em 45 minutos") e ainda sobre a falta de sucesso que fez Zoom deixar a banda em 1986. "Eu acho que isso foi apenas uma parte do que levou ele sair. A outra foi que ele sentiu que tudo estava muito repetitivo", explica.
No papo, o vocalista ainda contou da apropriação do nome da banda pelo trio francês The XX - "aconteceria uma briga e nós os derrubaríamos se nós conhecêssemos" - e sobre a sua música - "punk rock é algo que sempre vai existir no underground, onde há 200 ou 400 pessoas assistindo-o em pequenos clubes".
Confira a entrevista completa:
Terra - Esta é a primeira vez que vocês tocam no Brasil. Como vocês estão?
John Doe - Todos nós achávamos que nós nunca viríamos para cá, e isso não aconteceria se o Pearl Jam não fosse fã da banda. Estar aqui é bem animal. Eu vi uns vídeos dos Ramones na América do Sul e é bem maluco.
Terra - E como surgiu o convite para tocar com o Pearl Jam na turnê sul-americana?
John Doe - Nós abrimos para eles em 1999 para quatro shows nos Estados Unidos e ficamos amigos. Então Eddie e eu fizemos algumas coisas juntos e ele gravou uma das minhas músicas, The Golden State. E aí surgiu o convite novamente. Eu acho que há um monte de semelhanças entre o punk rock e o grunge, porque nós somos duas bandas honestas que fazem um som direto.
Terra - Vocês não são muito conhecidos por aqui. Tem algum plano para conseguir a atenção do público?
John Doe - Não. A gente sabe que a música irá se comunicar por ela mesmo, porque eu sei que no Brasil as pessoas gostam de punk; Nós vamos tocar todas as músicas bem rápidas e tocar o máximo que a gente conseguir em 45 minutos de show.
Terra - A banda não tem nenhum material inédito desde 1997. Vocês estão planejando lançar algo inédito em breve?
John Doe - Eu acho que no próximo ano. A gente tem tocado bastante este ano e isso abre um caminho para composições.
Terra - Você acaba de lançar um álbum solo. Como você está promovendo ele tocando com o X?
John Doe - Eu lancei The Keeper mais ou menos há um mês, e quando eu não estou com o X eu saio de turnê sozinho.
Terra - E qual é a diferença entre a banda e o projeto solo?
John Doe - O que faço é um pouco mais variado, mais lento, voltado para as letras e também mais blues e country.
Terra - Em 2009 Exene foi diagnosticada com esclerose múltipla, mas isso não era certo. Ela realmente tem a doença ou foi erro médico?
John Doe - Até agora parece que foi erro médico. Ela está bem e saudável como sempre.
Terra - Billy Zoom deixou a banda em 1986 porque Ain't Love Grand! não foi um grande sucesso comercial. Como vocês estão lidando com o sucesso ou a falta de sucesso hoje?
John Doe - Neste momento nós não estamos na mesma situação do que antes. Eu acho que isso foi apenas uma parte do que levou ele sair. A outra foi que ele sentiu que tudo estava muito repetitivo; a gente gravava e saia em turnê, gravava outro disco e saia em turnê. Eu acho que a falta de sucesso foi apenas essa repetição, mas hoje nós estamos em um bom nível de reconhecimento. Nós tocamos entre 50 a 75 shows por ano, há pessoas de todas as idades nas nossas apresentações e é melhor para nós dessa maneira porque não tem muita pressão.
Terra - E como é tê-lo de volta na banda e tocar com a formação original?
John Doe - Billy voltou para banda quando abrimos para o Pearl Jam em 1999, então já 12 anos. É sempre bom tê-lo de volta porque ele toca um estilo particular de rockabilly-punk na guitarra que é único.
Terra - E como é para vocês depois de mais de 30 anos de banda, um grupo francês se apropriar do nome e montar o The XX?
John Doe - Eu não gosto disso. Fora a batalha judicial, tanto faz. Nós sabemos quem somos e eles podem ser o que são. Mas particularmente eu não gosto da música deles.
Terra - Vocês entraram na justiça para brigar pelo nome?
John Doe - Não, é sem sentido. Muito problema.
Terra - E vocês já se encontraram?
John Doe - Aconteceria uma briga e nós os derrubaríamos se nos conhecêssemos. (risos)
Terra - O que você acha dessas novas bandas que se denominam punk rock?
John Doe - Eu acho que é uma forma diferente de punk, e isso tem acontecido desde o começo. Bandas inglesas eram diferentes das de Nova York, assim como bandas de Los Angeles eram diferentes dos grupos de Nova York; Eu acho que há um grande mundo punk no underground dos Estados Unidos e um público muito maior para esse tipo de punk mais pop, que é Green Day, Blink 182 e NOFX. Mas punk rock é algo que sempre vai existir no underground, onde há 200 ou 400 pessoas assistindo-o em pequenos clubes. Eu acho que essa é a maior parte do seu sucesso.
"Jamais descobriríamos alguma coisa se nos contentássemos com o que está descoberto. " Sêneca
O Pearl Jam inicia nesta quinta-feira (3) sua segunda turnê pelo Brasil. Seis anos depois de tocar pela primeira vez no país, a banda liderada por Eddie Vedder volta para cinco apresentações.
Veja dez clipes do Pearl Jam e vote no seu favorito
As duas primeiras acontecem no estádio do Morumbi, em São Paulo. Ainda há ingressos para o show de quinta, em todos os setores. Já a performance de sexta-feira está com as entradas esgotadas.
Os preços são os seguintes: R$ 190 (pista), R$ 240 (arquibancadas azul, vermelha e laranja), R$ 340 (cadeira inferior A e B) e R$ 380 (cadeira superior azul e laranja). Os ingressos estarão disponiveis para compra no site da Tickets For Fun, pelo telefone 4003-5588 ou nos pontos-de-venda.
Quem for aos shows deve ficar atento aos horários. Nos dois dias, a previsão é a de que o Pearl Jam suba ao palco às 20h45. Antes da atração principal, quem toca é a veterana banda X, um dos mais importantes nomes da cena punk de Los Angeles.
Veja letras e ouça músicas do Pearl Jam no Vagalume
Os portões do estádio serão abertos às 16h. A entrada é livre para maiores de 14 anos. Jovens de 12 e 13 podem entrar acompanhados dos pais ou responsáveis. Menores de 12 anos têm entrada proibida. Depois de tocar em São Paulo, o grupo segue para Rio de Janeiro (6/11, Apoteose), Curitiba (9/11, estádio do Paraná Clube) e Porto Alegre (11/11, estádio Zequinha). As entradas para o Rio de Janeiro já estão esgotadas.
Foto: Getty Images Ampliar
Pearl Jam
As apresentações fazem parte da turnê de 20 anos do Pearl Jam. Nos shows, a banda vem sendo bastante generosa com os fãs, tocando em torno de 30 músicas por noite. Veja abaixo o setlist da última performance do grupo, no final de setembro:
"Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town" ("Vs", 1993)
"Hail Hail" ("No Code", 1996)
"Save You" ("Riot Act", 2002)
"Animal" ("Vs", 1993)
"Got Some" ("Backspacer", 2009)
"Given to Fly" ("Yeld", 1998)
"Pilate" ("Yeld", 1998)
"Unthought Known" ("Backspacer", 2009)
"Garden" ("Ten", 1991)
"Even Flow" ("Ten", 1991)
"World Wide Suicide" ("Pearl Jam", 2006)
"Setting Forth" (Canção solo de Eddie Vedder)
"Corduroy" ("Vitalogy", 1994)
"Unemployable" ("Pearl Jam", 2006)
"Present Tense" ("No Code", 1996)
"Wishlist" ("Yeld", 1998)
"Glorified G" ("Vs", 1993)
"Lukin" ("No Code", 1996)
"Porch" ("Ten", 1991)
Bis 1
"Bee Girl" (Música de 1993 incluída na coletânea "Lost Dogs")
"Just Breathe" ("Backspacer", 2009)
"Off He Goes" ("No Code", 1996)
"Mankind" ("No Code", 1996)
"State of Love and Trust" (Música da trilha do filme "Singles", 1992)
"Olé" (Single de 2011)
"Alive" ("Ten", 1991)
Bis 2
"Chloe Dancer" (Cover do Mother Love Bone)
"Crown of Thorns" (Cover do Mother Love Bone)
"Smile" ("No Code", 1996)
"Search and Destroy" (Cover do Stooges)
"Rockin' in a Free World" (Cover de Neil Young)
"Yellow Ledbetter" (Lado B do single de "Jeremy", 1994)
Serviço
Pearl Jam em São Paulo
3 e 4 de novembro
Estádio do Morumbi
Ingressos: R$ 190 (pista), R$ 240 (arquibancada), R$ 340 (cadeira inferior), R$ 380 (cadeira superior)
Pearl Jam no Rio de Janeiro
6 de novembro
Praça da Apoteose
Ingressos esgotados
Pearl Jam em Curitiba
9 de novembro
Estádio do Paraná Clube
Ingressos: R$ 100 (arquibancada), R$ 200 (pista 2), R$ 220 (cadeira descoberta), R$ 250 (cadeira coberta), R$ 300 (pista 1)
Pearl Jam em Porto Alegre
11 de novembro
Estádio do Zequinha
Ingressos: R$ 150 (arquibancada), R$ 180 (pista), R$ 200 (cadeira)
''Limitações são fronteiras criadas apenas pela nossa mente.''
Provérbio Chinês
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