• • atualizado às 21h29
Aos 71 anos, morre guitarrista Lou Reed, líder do Velvet Underground
Morreu neste domingo (27), aos 71 anos, o guitarrista e compositor norte-americano Lou Reed, de acordo com informações da revista Rolling Stone. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas o músico se submeteu a um transplante de fígado em maio deste ano.
Em março, Laurie Anderson, mulher do músico, falou sobre a condição de saúde do marido. "É tão sério quanto parece. Ele estava morrendo. Você não quer isso como diversão", afirmou.
"Não acho que ele vá se recuperar totalmente disso, mas certamente ele estará fazendo as coisas dele em breve", completou.
Vida e carreira
Lewis Allan Reed nasceu no dia 2 de Março de 1942 no bairro do Brooklyn em Nova York mas cresceu na região de Long Island. De família de origem judaica, Reed aprendeu a tocar guitarra ouvindo rádio ainda na década de 1950 quando estava no colegial. Foi nessa época que ele sofreu uma de suas experiência mais traumáticas e que seria tema de canções ao longo de sua carreira: bissexual assumido, os pais de Lou Reed submeteram o filho a um tratamento de choque para tentar supostamente curá-lo.
Lewis Allan Reed nasceu no dia 2 de Março de 1942 no bairro do Brooklyn em Nova York mas cresceu na região de Long Island. De família de origem judaica, Reed aprendeu a tocar guitarra ouvindo rádio ainda na década de 1950 quando estava no colegial. Foi nessa época que ele sofreu uma de suas experiência mais traumáticas e que seria tema de canções ao longo de sua carreira: bissexual assumido, os pais de Lou Reed submeteram o filho a um tratamento de choque para tentar supostamente curá-lo.
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Morreu, neste domingo (27), o guitarrista Lou Reed. Líder do Velvet Undergroud, ele passou por um transplante de fígado em maio. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Na foto, o músico em 1975
Foto: Getty Images
Após deixar o colégio e casa do pais, Reed foi para a Universidade de Syracuse e cursou jornalismo. Nesta época ele passou a apresentar um programa de rádio que tocava predomionantemente doo wop, rhythm and blues e jazz. O gosto por esse estilo musical definiria muitas das técnicas de guitarra desenvolvidas por Reed ao longo de sua vida. Em 1964 ele se formou e logo iniciou sua carreira artística.
The Velvet Underground
Após um curto período trabalhando como compositor da Pickwick Records, uma pequena gravadora de Nova York, Reed foi apresentado a John Cale, um músico galês que acabara de se mudar para Manhattan com a intenção de aprender música clássica. Cale ficou impressionado com uma música composta por Reed em que ele tinha afinado todas as cordas da guitarra na mesma nota.
Após um curto período trabalhando como compositor da Pickwick Records, uma pequena gravadora de Nova York, Reed foi apresentado a John Cale, um músico galês que acabara de se mudar para Manhattan com a intenção de aprender música clássica. Cale ficou impressionado com uma música composta por Reed em que ele tinha afinado todas as cordas da guitarra na mesma nota.
A amizade com Cale fez com que dividissem uma casa em Manhattan e inciassem um processo criativo que seria responsável por uma das bandas mais importates para a origem do punk rock nos Estados Unidos: o Velvet Underground. Ao lado do guitarrista Sterling Morrison e da baterista Maureen Tucker, Reed e Cale montaram um das mais instáveis e influentes bandas de rock de todos os tempos.
O grupo não demorou a chamar a atenção do artista plástico Andy Warhol que quase imediatamente colocou o Velvet Underground como uma das atrações do Exploding Plastic Inevitable, uma série de eventos multimídia organizados pelo artista de origem polonesa. O contato com Warhol deu novas dimensões à criatividade de Reed que começou cada vez mais mostrar um perfil artístico multifacetado. O contato, entretanto, nem sempre foi harmônico: para o disco de estreia, Warhol insistiu que a banda gravasse com a ex-modelo alemã e cantora Nico. Para expressar sua objeção a banda batizou o disco de The Velvet Underground & Nico para expressar que a vocalista era apenas uma convidada.
Apesar da resistência, Reed escreveu a maioria das canções do álbum pensando na voz de Nico e os dois chegaram a ter um breve relacionamento amoroso (mais tarde ela teria um outro pequeno affair com Cale). O disco, cuja capa ficou famosa por trazer uma obra de Warhol que representa uma banana, estreou apenas na 171ª posição da sparadas. Hoje, porém, o disco é considerado um dos registros mais importantes da música. A revista Rolling Stone classificou o álbum como o 13º mais influente do rock.
As composições completamente vanguardistas para os padrões da época, tratando de temas como drogas (I'm Waiting For The Man e Heroin), sadomasoquismo (Venus In Furs), prostitutas (There She Goes Again), e até ocultismo (The Black Angel's Death Song) contribuiram para que as vendas do LP fossem pífias. Já no ano seguinte, a banda lançouWhite Light/White Heat. Após esse álbum, mais barulhento, John Cale, responsável pelos experimentalismos musicais, saiu da banda, que passou a ter Lou Reed, de maior apelo artístico e poético, como único líder.
No ano seguinte, veio o 3º álbum, chamado simplesmente de The Velvet Underground que explora um som mais acústico e introspectivo que trouxe faixas como Candy Says, What Goes On, Beginning To See The Light. O derradeiro trabalho com Lou Reed ainda na banda foiLoaded, que conta com três das músicas mais famosas do Velvet Uunderground: Who Loves The Sun, Sweet Jane e Rock and Roll.
Carreira solo
Lou Reed deixou a banda logo em seguida e só voltaria a encontrar seus ex-companheiros de banda em 1993 quando o Velvet Underground se reuniou para a gravação de um disco ao vivo. A saída do Velvet Underground quase significou o abandono da vida artística. Logo após deixar a banda, Reed passou a trabalhar na empresa de contabilidade de seu pai.
Lou Reed deixou a banda logo em seguida e só voltaria a encontrar seus ex-companheiros de banda em 1993 quando o Velvet Underground se reuniou para a gravação de um disco ao vivo. A saída do Velvet Underground quase significou o abandono da vida artística. Logo após deixar a banda, Reed passou a trabalhar na empresa de contabilidade de seu pai.
Entretanto, um ano depois Reed assinou um contrato com a RCA e embarcou para Londres onde gravou seu primeiro disco solo. Apesar da pequena receptividade, ainda que nomes como Steve Howe e Rick Wakeman tenham participado das gravações, a ida a Londres seria determinante para a carreira de Reed.
Na capital britânica ele se encontrou com Danid Bowie e Mick Ronson. A dupla produziu um segundo álbum solo de Reed em 1972. Com o lançamento de Transformers, Reed foi apresentado a um novo público no Reino Unido com a faixa que seria a de maior sucesso em toda a sua carreira solo: Walk on the Wild Side é uma bem humorada e afetuosa homenagem a algumas das pessoas que passaram pela Factory, o QG criativo do Velvet Underground.
Ainda que Transformers tenha mostrado o potencial comercial da música de Reed, uma discussão entre ele e Bowie encerrou a parceria. Com isso, Lou Reed se voltaria cada vez mais para o lado mais sombrio da industria musical e pautaria sua carreira nessa linha ao longo das décadas de 70 e 80.
A reconciliação com Bowie não demorou, mas a dupla só voltou a trabalhar junta no final da década de 90 no show de 50 anos do camaleão britânico no Madison Square Garden em Nova York no ano de 1997. A parceria em estúdio seria retomada apenas em 2003 quando Reed lançou o álbum The Raven.
A partir do ano 2000, Reed passou a fazer uma série de participações e parcerias. Foi assim que ele cantou a faixa Some Kind Of Nature no terceiro álbum do Gorillaz, Plastic Beach. Mas a colaboração mais noticiada aconteceu há apenas dois anos. Em novembro de 2011 foi lançado o disco Lulu, uma parceria entre Metallica e Lou Reed baseada em duas peças do alemão Frank Wedekind.
Em sua última turnê, que passou pela Europa em 2012, Lou Reed fazia um apanhado de sua trajetória do início da carreira até o lançamento do álbum com o Metallica. Não à toa a turnê se chamava From VU to LULU.
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28/10/2013 13:47 - Atualizado em 28/10/2013 14:16
Neil Young e Pearl Jam homenageiam Lou Reed em shows
Veja os vídeos das apresentações nos Estados Unidos
A morte do consagrado cantor e compositor americano Lou Reed, um dos ícones do rock, mexeu com o mundo da música. Além da repercussão nas redes sociais entre amigos e fãs do mundo inteira, alguns artistas resolveram prestar uma homenagem executando as canções do líder da Velvet Underground em seus shows. Foi o caso de Neil Young e Pearl Jam.
Ao lado de Elvis Costello, Jenny Lewis e músicos do My Morning Jacket, Neil Young cantou "Oh Sweet Nuthin", do álbum "Loaded", do Velvet Underground, lançado em 1970. A apresentação foi em Mountain View, no condado de Santa Clara, na Califórnia (EUA). Já o Pearl Jam escolheu "I'm Waiting for the Man", escrita por Lou Reed e lançada no álbum de estreia da banda "The Velvet Underground & Nico", em 1967. O show foi em Baltimore, Maryland (EUA). Lou Reed morreu aos 71 anos nesse domingo em Nova Iorque. A morte do intérprete de canções como "Perfect Day", foi anunciada pela revista especializada em música Rolling Stone e confirmada por seu agente ao jornal britânico The Guardian. A causa não foi divulgada, mas Reed tinha sido submetido a um transplante de fígado meses atrás. Uma das personalidades mais emblemáticas da cultura pop, Lou Reed foi o fundador da banda Velvet Underground, no final dos anos 1960, e em seguida conduziu uma brilhante carreira solo. O músico era casado desde 2008 com a também artista Laurie Anderson, sua companheira de muitos anos. Trajetória O cantor nasceu em 1942 no Brooklyn (sudeste de Nova Iorque), onde morava até hoje, e era uma das lendas vivas da cidade, ao lado do cineasta Woody Allen e da cantora Patti Smith, entre outros. Poeta urbano e guitarrista, Lou Reed demonstrou como poucos a dureza, a tristeza e o romantismo da vida nas grandes cidades, dando espaço em suas canções até para os marginalizados, como os homossexuais e os drogados. Produzido em 1967 pelo celebrado artista plástico Andy Warhol, "The Velvet Underground & Nico", o primeiro álbum da banda que formou junto com John Cale e no qual cantou, a princípio, com a modelo e musa Nico, é considerado uma das obras-primas do rock. O álbum inclui canções como "I'm Waiting for the Man" (sobre um jovem que espera a chegada do traficante), "Sunday Morning" (que evoca a desolação da manhã após os excessos da noite anterior) e "Heroin", hino à droga cuja dependência levaria muitos de sua geração. Após a separação da banda, no começo dos anos 1970, Lou Reed começou uma carreira solo e em 1972 lançou seu disco mais famoso, "Transformer", no qual se destaca a faixa "Walk On the Wild Side", um convite a viver a uma vida de excessos e que celebra os travestis e os homossexuais. "Satellite of Love" e "Perfect day" são outras duas grandes canções deste álbum, regravadas por muitas bandas, sendo que a última integrou a trilha sonora do filme 'cult' Trainspotting (1996), do diretor escocês Danny Boyle. A "Transformer" se seguiram outras obras muito conhecidas como "Berlin" (1973) e "Coney Island Baby" (1976). Nos últimos anos, Lou Reed estava dedicado a vários projetos ecléticos, como uma colaboração com a banda Metallica e um livro de poesias inspirado em "O Corvo", do escritor americano Edgar Allan Poe. Lou Reed sofreu graves problemas de saúde nos últimos tempos, que o levaram a fazer um transplante de fígado em maio passado em uma clínica de Cleveland (Ohio, norte dos Estados Unidos). Reed "estava morrendo", teria dito na ocasião Laurie Anderson, ao comentar a operação, admitindo não saber se seu marido conseguiria se recuperar completamente. Assista à apresentação de Neil Young, My Morning Jacket e Elvis Costello: Assista ao Pearl Jam cantando "I'm Waiting for the Man": |
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