segunda-feira, 30 de novembro de 2015

; ) Surpreendente ...

Pearl Jam: Apoteose para uma ode ao Rock simples e direto

Resenha - Pearl Jam (Maracanã, Rio de Janeiro, 22/11/15)

    
Por Marcello Cohen
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Num belo dia de 2005, este que vos escreve assistia ao Pearl Jam do alto de seus 13 anos. Se para esse garoto aquele foi um dos primeiros grandes passos dentro do Rock, para os fãs da banda era o fim de uma espera de 15 anos, já que era a estreia da banda no país. Ali foi eternizado um casamento entre Brasil e Pearl Jam, e 10 anos depois a banda liderada por Eddie Vedder chega pela 4a vez por aqui. Para mim, esse seria o 3o, e carimbado pelas experiências inesquecíveis de 2005 e 2011, já tinha uma noção que a noite de Rock N'Roll no Maracanã seria inesquecível.
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O Pearl Jam divulga ainda o ótimo Lightning Bolt, lançado em 2013. A banda em estúdio já é ótima, mas aqui se trata definitivamente de uma banda de palco. Eddie Vedder, Jeff Ament (baixo), Stone Gossard e Mike McCready (guitarra) e Matt Cameron - tirando o último, que entrou em 1998, formação intacta desde antes da estreia - dão a vida em cada apresentação. Para quem não conhece bem como as coisas funcionam, são mais de 30 músicas escolhidas na hora em algo próximo de 3h de show. Sonho para qualquer fã não é mesmo? Quem vai ver o Pearl Jam ao vivo, pode ouvir qualquer coisa que a banda fez, de hinos absolutos ao mais obscuro lado b.
A maioria dos cerca de 50 mil fãs que lotaram o Maracanã tinha perfeita noção disso ai, e a participação de cada um foi simplesmente louvável. Isso inclui também os covers, mostrando que os mesmos também apreciam um bom Lennon, Neil Young e Floyd - não mais que a obrigação, mas nem sempre isso acontece. O estádio melhorou muito para shows desde o show do Foo Fighters no começo do ano. A entrada não era tão burocrática, com objetos inofensivos sendo barrados, a oferta de bebidas era melhor ao longo da pista, entre outros detalhes. Tirando os distantes banheiros, estava tudo impecável para um grande show de Rock. O principal num show, que é o som, estava simplesmente maravilhoso para uma apresentação ao ar livre. Que comece a brincadeira.
Sem abertura e com cerca de 1h de atraso, o show começa com uma porrada no coração logo de cara. OCEANS, nada mais que isso. Essa lindeza presente na obra-prima Ten faz a sua estreia na tour, emocionando até uma pedra e dando um começo que só a banda poderia prever. Nada mais Pearl Jam que isso. A banda sempre se notabilizou pela crueza, no som e produção em geral. O barulho típico de garagem, aquele rockão simples e sem enfeites que é a base do som - entre baladas e pancadas - está intacto. Além da música em si, a banda nunca foi de fazer grandes cenários e produções no palco. A base de tudo é a alma entregue ali, misturando grandes músicas com muita entrega.
Depois do baque de Oceans, o show segue com Present Tense, um lado c do também lado c No Code. Uma bela canção que raramente é lembrada em meio a tantas outras. Nessa tour, a banda faz uma curiosa opção por músicas mais lentas nas aberturas, e é assim por aqui também. O público gosta, e canta junto desde o inicio. A clássica Corduroy arrebata o Maracanã de vez, num começo sensacional. Jogo ganho, só dar sequência. Hail, Hail é outra de No Code a aparecer, essa uma das mais lembradas dele. É hora de novidades, talvez com a melhor de Lightning Boult, a pedrada Mind Your Manners. Para ficar melhor, nada mais correto do que um hino, que atende pelo nome de Do the Evolution. A música agita por natureza, fazendo todos saírem do chão enquanto entoam cada verso, com destaque para o refrão. Em shows longos assim, isso ainda é o aquecimento, tanto para o público quanto para a banda. O esquema é esse mesmo, e tudo ficaria ainda mais quente. Amongst the Waves representa o bom e relativamente recente Backspacer (2009), música que já é um marco na história da banda. Save You também pode ser chamada de clássico, justo para representar o fantástico Riot Act (2002), que merecia até mais algumas representantes. Já Even Flow dispensa apresentações, e nem é preciso reforçar como o Maracanã virou uma bomba nesse momento. A bela Who You Are é mais uma pérola escondida que a banda saca.
Em meio a tudo isso, vemos um Eddie Vedder em estado de graça. A banda é redondinha, mas é inegável que esse senhor é a alma do Pearl Jam. Sua voz maravilhosa comanda toda a brincadeira, e em meio a tudo que ele representa, isso acaba sendo apenas um detalhe. O cara é a energia e carisma em pessoa. Agita o tempo todo, bebe vinho, brinca com o público com discursos hilários e sérios em português, aproveitando como ninguém naquele estádio cada minuto do show. Não a toa, as grandes bandas em ação são aquelas que amam o que fazem, não apenas pela grana, mas acima de tudo pelo prazer que o Rock proporciona.
Assim sendo, nem chega a soar estranho ouvirmos Setting Forth, música de sua carreira solo. Se falarem que é uma da banda, todos acreditam. A apresentação vai caminhando para a metade com a boa Not for You, uma das muitas lembradas de Vitalogy. Infelizmente, a melhor delas - Immortality - ficou para a próxima. Sirens já é um grande hit, mais um na coleção, mostrando que o disco mais recente é bom mesmo. Given to Fly está facilmente no meu top 5 da banda. Maravilhosa como só ela, agita bastante e tem cada verso urrado pelos presentes. Junte a isso a grande sacada do telão, com imagens da cidade culminando no estádio, com imagens aéreas do público ao seu redor no dia do show. Além de receber a apresentação, não tem como negar que o Maracanã também se enquadra nos cartões postais cariocas, mesmo desconfigurado e reduzido. Todos que podem lotar esse estádio com seu talento artístico ou esportivo levam isso como um marco em sua carreira. I Want You So Hard (Boy's Bad News) é uma linda homenagem ao Eagles of Death Metal, banda lamentavelmente marcada pela tragédia da estupidez humana em Paris. A pedrada Comatose é uma das principais do disco de 2006 que leva o nome da banda, já totalmente familiar aos seus seguidores. A rapidinha Lukin chega junta da ótima Rearviewmirror, encerramento do tempo regulamentar do show.
Para o Pearl Jam, é apenas o começo, ainda tinha muito para ver e ouvir. Eddie retorna portando um violão, para apresentar a bela nova Yellow Moon. Ainda nesse esquema, vem a clássica e maravilhosa Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town. Just Breathe é sem dúvidas a mais amada dos últimos lançamentos, bela como só ela, foi dedicada aos casais presentes. O momento é realmente muito bonito, e explode com Imagine, a celebração universal da paz, num show de luzes de arrepiar. Depois da calmaria, é hora de plugar os amplificadores. O hino Jeremy já arrepia no clássico riff de baixo de Jeff Ament, mata alguns do coração e vê seus versos e solos cantados em uníssono. Para manter a pegada, a maravilhosa Why Go mostra a força descomunal de Ten, e sua importância incontestável na história do Rock. Para mim, a dobradinha foi o ponto máximo do show. A boa The Fixer e a porrada perfeita Porch, mais uma de Ten, encerram mais um bis de maneira matadora.
Nunca é demais ressaltar a felicidade de garoto do líder da banda, com uma bermuda e camisa que lembram aquele Vedder dos anos 90. Quem olha percebe claramente que o tempo não passou para ele, ainda em magnífica forma física e vocal. Hora do split final, que começa simplesmente com Last Kiss, uma letra bem triste, e igualmente emocionante. Ai vem uma dose fantástica de Pink Floyd, com a indescritível Comfortably Numb. Spin the Black Circle volta a programação normal, abrindo caminho para o hino Black, uma balada daquelas para emocionar qualquer um. Better Man em seguida simplesmente arrebata os corações de todos, que como uma boa torcida de futebol, entoam hino após hino do Pearl Jam, banda que mostra na prática seu valor na história do estilo. Ai chega o hino máximo Alive, que me fez bater cabeça como um garoto de 12 anos, época que comecei a ouvir a banda. Foi de arrepiar. Para o fim, o clássico de Neil Young Rockin' in the Free World transforma o estádio numa celebração sem fim de um púbico/banda em estado de graça. Para fechar a tampa, o tradicional fim com a pérola Yellow Ledbetter, já com as luzes acesas desde a música anterior. Nela acontece o momento mais hilário da noite. Uma sunga surge no palco, e Vedder não perde tempo. Fazendo graça, veste ela e brinca enquanto toca mais um de seus hinos.
Que fim de festa, apoteose para uma ode ao Rock simples e direto que a banda se propõe a fazer, e faz como poucos. Um estádio lotado vai na pilha de um senhor com espírito de garoto, feliz em proporcionar ao seu público uma noite inesquecível. Mesmo quem não é fã se impressiona com shows assim, e a todos, fica a certeza que o Pearl Jam vai voltar para um show imprevisível e arrebatador num futuro bem próximo.
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>> Fonte: http://whiplash.net/materias/shows/234468-pearljam.html
 
 
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

Mario Quintana


Vale a pena viver - nem que seja para dizer que não vale a pena...

Mario Quintana


Tão bom morrer de amor! e continuar vivendo...

Mario Quintana 
 
 

domingo, 22 de novembro de 2015

;) Gosto do impossível....


 

 Na vida é assim né?



 

O Melhor Ainda Está por vir

Interpretação: Hamilton Primaz

26/10/2015




Já passei da idade do conformismo. Hoje minha forma de pensar é totalmente diferente de anos atrás. Cresci, amadureci, me tornei mais interessante em certas áreas, e menos atento a tantas cobranças do coração.
Antigamente se alguém me rejeitasse, me traísse, me desse um chute de chega para lá eu passava dias chorando, me perguntando o que havia de errado em mim, o que todas tinham que eu não tinha.
Hoje eu apenas dou meia volta e provo que sou mais 'eu' de um jeito simples e honesto comigo mesmo. Ganhei meu espaço, não no mundo, mas dentro de mim. Resgatei meus valores, comecei a me olhar de um jeito diferente, e acreditem, descobri coisas interessantes em mim que o pessimismo não me permitia enxergar.
Me aceito, me amo e me quero! Esta é a minha receita de todos os dias. E quando eu aprendi que eu podia determinar isto, me senti mais forte com os meus sentimentos, me senti mais corajosa, me senti mais 'eu'.
A gente às vezes precisa se revoltar com certas atitudes nossas, com certos pensamentos mesquinhos, e darmos a volta por cima não de quem nos machuca ou nos trata indiferente, mas por cima do que nos maltrata por dentro.
Tem gente que deixou o seu amor próprio adormecer e ainda não percebeu que sem ele é impossível alguém viver, se continuar, se reerguer.
Me desculpe, mas no mundo em que vivemos, as superficialidades existem, e se não aproveitarmos as nossas experiências para crescermos, nunca seremos vistos, nunca seremos notados, nunca seremos respeitados e amados.
Quando alguém te rejeita, não é porque você é pior, ou que não tenha nada de interessante para oferecer, mas sim porque nem sempre o outro está preparado para ter nas mãos algo de valor.
E é aí que mora a nossa sensatez e a nossa certeza em podermos dizer que o melhor de Deus para nós está por vir. E o que é para ser, nada e nem ninguém, conseguirá impedir!
É nisto que acredito, e é por isto que jamais deixo de prosseguir.
"Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”
por Luciano Pettorini


Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!

Podia ser só amizade, paixão, carinho,
admiração, respeito, ternura, tesão.
Com tantos sentimentos arrumados
cuidadosamente na prateleira de cima,
tinha de ser justo amor, meu Deus?
Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo;
aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira,
desconstruindo tudo o que planejei,
Abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias,
me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos,
ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris,
pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito,
preparar uma massa, sentir seus cílios.
“Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã
e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?”
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar.
Não negue, apareça. Seja forte.




quarta-feira, 18 de novembro de 2015

;) Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você. Cynthia Kersey



http://whiplash.net/materias/cds/233713-muse.html

Muse: o segundo disco e a definição da identidade.

Resenha - Origin of Symmetry - Muse

    
Por Hugo Alves
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Nota: 10 
Menos de dois anos depois de lançar seu primeiro disco, o notório “Showbiz”, o MUSE terminou uma bem-sucedida primeira turnê e se isolou em diversos estúdios a fim de lapidar suas novas canções, compor e gravar seu segundo disco. Eles se revezaram entre os estúdios Ridge Farm, Real World, Astoria (de propriedade do ex-Pink Floyd David Gilmour), Richmond, Abbey Road (do clássico dos Beatles) e Sawmill. Tanto trabalho assim tinha um motivo: a experiência adquirida após anos no underground, gravação de EPs demo, gravação de um disco e turnês, MUSE finalmente definiu sua identidade artística e musical, e era chegada a hora de transpor isso para o CD. Essa definição acarretou numa tímida, porém decisiva mudança na direção musical, algo que veio a expor ao mundo quem era o trio de fato e, diferente do primeiro disco (no qual a banda mostrou de onde veio), a que veio. Sob essa premissa nasceu, a 17 de Julho de 2001, “Origin of Symmetry”, hoje um marco na carreira dos britânicos e um disco sempre lembrado com muito carinho e euforia, tanto pela banda como pelos fãs.
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O disco começa com “New Born”, uma das canções mais comemoradas da banda, que chega intimista, com sua introdução no piano e voz sombria de Matthew Bellamy (voz, guitarra e piano), para logo em seguida desaguar numa canção furiosa sobre um recém-nascido num mundo cheio de coisas ruins com as quais ter de lidar, inevitavelmente. A canção é uma das muitas trilhas sonoras que o MUSE viria a compor e gravar que são perfeitas para o fim do mundo, e este disco como um todo é assim. Esta canção tem tanta força que foi escolhida para ser o segundo single de promoção do álbum. Outra canção que marcou foi “Bliss”, a segunda do disco e o terceiro single desta fase. Esta merece destaque pela introdução extremamente técnica e muito bela ao piano, obra de Matthew Bellamy que, neste disco, resolveu mostrar seus dotes como pianista e não ficou devendo a nenhum membro de orquestra por aí. A introdução – que também serve de mola-mestra para a canção, como um todo – lembra muito a música-tema do vídeo-game “Top Gear”, muito popular nos anos 1990 e disponível para plataformas como SNES, por exemplo (se não me engano, Matt chegou a dizer numa entrevista que havia relação entre uma coisa e outra, ele se inspirou, algo assim – corrijam-me se eu estiver errado).
E, se nas duas canções anteriores, Bellamy ainda não havia se provado um exímio pianista, em “Space Dementia” ele “chutou o balde”, conduzindo toda a canção num andamento bastante complicado para os dedos, mas belíssimo aos ouvidos. E, confirmando minha teoria de que este disco poderia facilmente integrar a trilha sonora para o fim do mundo, temos “Hyper Music”, que lembra um pouco de Grunge (considerando que Nirvana foi uma das maiores influências do trio) misturado com Red Hot Chili Peppers. Tão forte é a canção, que veio a ser o quarto single de promoção do disco. Mas a força motriz do disco é, de fato, “Plug in Baby”, o trunfo da obra. Essa canção – a primeira escolhida como single para esta nova fase – definiu uma identidade musical para a banda e a catapultou para o sucesso. A introdução soa como um exercício de escalas para aquecer os dedos, mas é muito acertada. Outra coisa que chamou a atenção no disco, mas principalmente nesta canção, é o fato de que o baixo de Chris Wolstenholme é o que segura as canções, o que deixou muito mais espaço para que Matt Bellamy se aventurasse enquanto vocalista e fosse ainda mais criativo, deixando apenas nuances interessantes de guitarra nos versos, muito barulho nos refrãos e o “xeque-mate” fica mesmo para as introduções, pontes e solos. E a bateria de Dominic Howard, como já era de se esperar, é um soco no saco, no melhor sentido da expressão (se é que há bom sentido em levar soco no saco, enfim). Até hoje, “Plug in Baby” é canção obrigatória nas setlists de shows do MUSE.
Outra canção muito amada pelos fãs e que tem força de single, apesar de não o ser, é “Citizen Erased”. Muitos fãs consideram esta canção como o pico do disco devido a uma das muitas teorias da conspiração que viriam a permear a carreira do MUSE nos anos que se seguiram a “Origin of Symmetry”. A tal teoria diz que até “Plug in Baby”, o disco tem canções bastante pesadas e agitadas e em “Citizen Erased” há uma mistura disto com nuances mais leves, soturnas até, e estas seriam o “carro-chefe” da segunda parte da obra. Seja como for, esta canção vai ainda mais além, tendo sido a fonte da qual o trio beberia por pelo menos mais dois discos para compor outras tantas canções. Guitarra distorcida com harmônicos atônicos, um interlúdio calmo e um puta som apocalíptico dão o tom da obra.
“Micro Cuts” é uma das canções do MUSE na qual Matt mais abusa dos falsetes ao cantar, chega quase a soar como canto lírico! O instrumental é poderoso e a cozinha formada por Chris Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria) desce a porrada. O clima, no entanto, é quebrado por “Screenager”, canção com levada no violão e que tem provavelmente a sonoridade mais atípica do disco e talvez de toda a carreira dos rapazes, chega a ser difícil de identificar o tom da canção. “Darkshines” começa com jeitão muito Indie, mas misturado com algo de cowboy. Fica com bluesy no meio, mas só pra voltar ao refrão e terminar com aquele “barulho” típico da banda.
Com o disco se encaminhando para o final, o MUSE resolve se aventurar com uma canção cover (provavelmente a única dentro da discografia regular da banda) e a escolhida para esta categoria é uma pepita de ouro que merece parágrafo à parte chamada “Feeling Good”. Essa canção foi composta por Anthony Newley e Leslie Bricusse e ficou famosa através da voz de Nina Simone. Desde então, vários artistas se aventuraram com esta canção, mas pode ser dito que o MUSE a transformou em uma de suas canções sem, no entanto, desrespeitar a versão original. Um cover de luxo, daqueles que chutam os rabos de todas as outras tentativas. Matt dá um show de voz e criatividade (a parte do megafone é simplesmente genial). Não obstante, tornou-se por muito tempo uma das obrigatórias nos shows.
“Megalomania” vinha com título perfeito para o que seria o MUSE dali para a frente. Parece que eles sempre tinham uma ideia do que seria do próximo disco e metem tudo na última do disco em questão. É um lamento desesperador de quem sabe que o fim ainda não teve seu desfecho, mas que já começou.
Com “Origin of Symmetry”, o MUSE finalmente mostrava que tinha algo a dizer, e ordenava que parássemos e ouvíssemos. O disco chegou ao terceiro lugar nas paradas do Reino Unido, e surpreendeu com o segundo lugar das paradas na França e na Bélgica, além do quinto lugar na Itália e sétimo na Áustria. Esse disco marcou a mudança musical na banda, com o baixo de Wolstenholme mandando nas canções e dando espaço para que as mesmas fluíssem muito melhor. Muito mais do que isso, esse é o disco definitivo do que o MUSE intencionava. Eles queriam dominar o mundo. Hoje, 14 anos depois, continuamos a acompanhá-los e, se eles ainda não alcançaram esse objetivo, com certeza estão muito mais próximos disso, e “Origin...” tem grande parte nisso. Num momento brevemente posterior, a banda continuou a seguir sua fórmula inovadora e certeira e coisas maravilhosas começaram a acontecer em sua carreira.
Mas este futuro fica reservado para uma nova resenha...
6 gostaram. 7 não gostaram.
    


Mantenha a fonte ao citar o texto: Muse: o segundo disco e a definição da identidade. (Resenha - Origin of Symmetry - Muse) http://whiplash.net/materias/cds/233713-muse.html#ixzz3rrNEIGFg
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  • 18/11/2015
  • 13:15
  • Atualização: 13:36

Bob Dylan pede reforço de segurança em shows na Itália

Músico fez requisição após atentados terroristas em Paris
Cantor faz dois shows em Bolonha e está preocupado com segurança | Foto: Gianluca Battista / Divulgação / CP
Cantor faz dois shows em Bolonha e está preocupado com segurança | Foto: Gianluca Battista / Divulgação / CP
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  • Correio do Povo
Bob Dylan, ícone do folk-rock, pediu reforços na segurança para seus shows na cidade de Bolonha, na Itália, após osatentados terroristas realizados a Paris na última sexta-feira. O cantor norte-americano, que se apresenta nesta quarta e quinta no Teatro Manzoni, exigiu seguranças armados dentro do local, segundo informações do jornal “Corriere della Sera”.Após a reivindicação do músico, a casa de shows terá, além de policiais na área externa, 12 vigilantes internos disfarçados e espalhados entre o público. O diretor artístico do teatro, Giorgio Zagnoni, explicou que uma agência de segurança foi contratada para proteger as entradas e saídas, o palco e o camarim de Dylan, de 74 anos. “É a primeira vez que um artista nos pede um reforço tão consistente na segurança. Tendo em vista os ataques a Paris, consideramos o pedido mais do que compreensível”, afirmou. Zagnoni garantiu que o Teatro Manzoni está fazendo todo o possível para tranquilizar o músico e a banda, formada por 40 pessoas. "Tudo estará muito protegido e as medidas de segurança não serão de um concerto normal, mas não queremos alimentar o pânico do público. Se avaliássemos que não havia condições de show, ele estaria cancelado”, completou