sexta-feira, 16 de junho de 2023

.) " Nosso futuro é imprevisão ."Música inédita / Cidadão Quem

https://www.maisnova.com.br/mensagem-do-dia/05-06-2023/a-arte-de-resolver-conflitos O trem atravessava sacolejando os subúrbios de Tóquio numa modorrenta tarde de primavera. Um dos vagões estava quase vazio: apenas algumas mulheres e idosos e um jovem lutador de Aikidô. O jovem olhava, distraído, pela janela, a monotonia das casas sempre iguais e dos arbustos cobertos de poeira. Chegando a uma estação as portas se abriram e, de repente, a quietude foi rompida por um homem que entrou cambaleando, gritando com violência palavras sem nexo. Era um homem forte, com roupas de operário. Estava bêbado e imundo. Aos berros, empurrou uma mulher que carregava um bebê ao colo e ela caiu sobre uma poltrona vazia. Felizmente nada aconteceu ao bebê. O operário furioso agarrou a haste de metal no meio do vagão e tentou arrancá-la. Dava para ver que uma das suas mãos estava ferida e sangrava. O trem seguiu em frente, com os passageiros paralisados de medo e o jovem se levantou. O lutador estava em excelente forma física. Treinava oito horas todos os dias, há quase três anos. Gostava de lutar e se considerava bom de briga. O problema é que suas habilidades marciais nunca haviam sido testadas em um combate de verdade. Os alunos são proibidos de lutar, pois sabem que Aikidô "é a arte da reconciliação. Aquele cuja mente deseja brigar perdeu o elo com o universo. Por isso o jovem sempre evitava envolver-se em brigas, mas no fundo do coração, porém, desejava uma oportunidade legítima em que pudesse salvar os inocentes, destruindo os culpados. Chegou o dia! Pensou consigo mesmo. Há pessoas correndo perigo e se eu não fizer alguma coisa é bem possível que elas acabem se ferindo. O jovem se levantou e o bêbado percebeu a chance de canalizar sua ira. Ah! Rugiu ele. Um valentão! Você está precisando de uma lição de boas maneiras! O jovem lançou-lhe um olhar de desprezo. Pretendia acabar com a sua raça, mas precisava esperar que ele o agredisse primeiro, por isso o provocou de forma insolente. Agora chega! Gritou o bêbado. Você vai levar uma lição. E se preparou para atacar. Mas, antes que ele pudesse se mexer, alguém deu um grito: Hei! O jovem e o bêbado olharam para um velhinho japonês que estava sentado em um dos bancos. Aquele minúsculo senhor vestia um quimono impecável e devia ter mais de setenta anos... Não deu a menor atenção ao jovem, mas sorriu com alegria para o operário, como se tivesse um importante segredo para lhe contar. Venha aqui disse o velhinho, num tom coloquial e amistoso. Venha conversar comigo insistiu, chamando-o com um aceno de mão. O homenzarrão obedeceu, mas perguntou com aspereza: por que diabos vou conversar com você? O velhinho continuou sorrindo. O que você andou bebendo? Perguntou, com olhar interessado. Saquê rosnou de volta o operário e não é da sua conta! Com muita ternura, o velhinho começou a falar da sua vida, do afeto que sentia pela esposa, das noites que sentavam num velho banco de madeira, no jardim, um ao lado do outro. Ficamos olhando o pôr do sol e vendo como vai indo o nosso caquizeiro, comentou o velho mestre. Pouco a pouco o operário foi relaxando e disse: é, é bom. Eu também gosto de caqui... São deliciosos concordou o velho, sorrindo. E tenho certeza de que você também tem uma ótima esposa. Não, falou o operário. Minha esposa morreu. Suavemente, acompanhando o balanço do trem, aquele homenzarrão começou a chorar. Eu não tenho esposa, não tenho casa, não tenho emprego. Eu só tenho vergonha de mim mesmo. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. E o jovem estava lá, com toda sua inocência juvenil, com toda a sua vontade de tornar o mundo melhor para se viver, sentindo-se, de repente, o pior dos homens. O trem chegou à estação e o jovem desceu. Voltou-se para dar uma última olhada. O operário escarrapachara-se no banco e deitara a cabeça no colo do velhinho, que afagava com ternura seus cabelos emaranhados e sebosos. Enquanto o trem se afastava, o jovem ficou meditando... O que pretendia resolver pela força foi alcançado com algumas palavras meigas. E aprendeu, através de uma lição viva, a arte de resolver conflitos. Autor desconhecido por Gustavo Prebianca
https://www.maisnova.com.br/mensagem-do-dia/31-05-2023/coragem-para-ficar-a-sos Coragem para ficar a sós 31/05/2023 VOLTAR Compartilhe nas redes sociais ESCUTE A MENSAGEM “Falta coragem para ficar a sós. É a nova fobia coletiva: medo do silêncio e da solidão.” (Becky S. Korich). A vida é um dom maravilhoso, onde cada pessoa é única. Na descoberta da liberdade de existir está a possibilidade de escolhas. O ser e o fazer conjugam as condições para a realização. O ser se faz visível na vocação e o fazer está interligado à profissão. A vocação e a profissão quase sempre se encontram para garantir a felicidade. Gosto de encontrar pessoas que amam o que fazem, que não precisam contar quantos dias faltam para chegar ao final da semana, ao último dia do mês e nem quanto tempo resta para as férias. Tem gente que viveria somente de final de semana e de feriados. A vida é maravilhosa quando nos sentimos úteis em produzir, criar e inovar. Sempre gostei de fazer coisas diferentes, de refletir e de construir alternativas. O movimento físico, mental e emocional pode renovar as células e favorecer que a vida seja mais saudável. Viver é desencadear diferentes movimentos, sem perder muito tempo. No entanto, o grande desafio está na incapacidade do ser humano de silenciar. Precisamos de silêncio e de solidão. Ninguém deve se prostrar no abandono, mas não convém viver imerso num interminável ruído. A percepção é de que falta coragem para ficar a sós, de silenciar, de se resguardar na solidão. Ter medo do silêncio e da solidão não deixa de ser uma fobia coletiva, que pode esvaziar o sentido da vida. Todos temem o abandono, mas nem isso é suficiente para tomar distância do encontro consigo mesmo, lá onde o silêncio fala e a vida experimenta a intensidade. Não sei se é a maturidade que chega, sem muito alarde, mas sinto necessidade de ficar quieto, de conversar comigo mesmo, de transbordar a naturalidade e de ser simplesmente espontâneo. O movimento me instiga, mas a quietude me fortalece. O segredo é saber intercalar momentos de movimento com instantes de silêncio interior. Como tudo na vida, o equilíbrio é saudável e reconfortante. Que não falte coragem para ficar a sós, reconhecendo-se muito bem acompanhado. O amor próprio é o primeiro passo para confirmar a importância da solidão. Quem sabe ficar a sós pode ter mais facilidade de viver em comunhão. (Frei Jaime Bettega) por Gustavo Prebianca
https://www.maisnova.com.br/mensagem-do-dia/26-04-2023/saudar-os-momentos “Tudo o que cabe num momento é imenso.” (Zack Magiezi). As pessoas que se encantam por momentos são de uma sensibilidade muito aguçada. A vida não precisa de uma quantidade maior de tempo para usufruir qualitativamente a existência. Alegrar-se com momentos é uma maneira leve e graciosa de viver. Num tempo onde a maioria está preocupada com quantidades, saber agradecer os momentos de felicidade e de paz é uma dádiva. Os bons momentos não precisam durar muito, basta que sejam intensos. A compreensão da intensidade deve fazer parte do nosso cotidiano, só assim entenderemos a importância e a dimensão de um momento. Preocupados em ampliar a duração dos momentos, corremos o risco de não viver e nem saborear os muitos instantes que a vida oferece. O tempo de um sorriso pode ser um momento suficiente para vibrar com a felicidade. Um minuto de alegria pode ser o necessário para confirmar que a felicidade existe. Os anos vão passando e a gratidão ganha outras proporções. O pouco é sempre muito, quando a maturidade se faz companheira inseparável. Não precisamos de longas férias, quando basta alguns momentos para respirar outros ares. Substituir a quantidade pela intensidade é um exercício interessante e necessário. Ficar contente com o pouco é o caminho para ser profundamente intenso. Absorvidos pela necessidade de ter sempre mais, corremos o risco de não valorizar os instantes sagrados de nossa vida. Ao invés de lamentar o pouco tempo, que possamos agradecer os pequenos momentos de cada dia. A intensidade nos ajuda para construirmos e saudarmos os minúsculos instantes, que podem ser preciosos e inesquecíveis. Pode até demorar um pouco de tempo, mas já estamos assimilando essa nova maneira de viver: vibrar com os momentos, pois eles são realmente intensos. (Frei Jaime Bettega) por Gustavo Prebianca

quinta-feira, 8 de junho de 2023

;) Como ser se não seria?

Mudança 30/05/2023 VOLTAR Compartilhe nas redes sociais ESCUTE A MENSAGEM Chega um tempo na vida da gente que sentimos a necessidade de mudar, seja de casa ou de nós mesmos. Largar coisas muito enraizadas e profundas, mas que já não servem mais. Então surge a idéia de olhar casas novas, em todos os sentidos! Quem sabe algumas em ruas estreitas que precisamos percorrer, ou outras que fiquem em ladeiras bem íngremes, para desenvolver a nossa força. Ou quem sabe simplificar, resgatar o velho e criar um novo lugar! Ou talvez procurar uma nova casa, que tenha muita água por perto, para amolecer a nossa argila, que são as nossas crenças… Muitas vezes não é necessário trocar de casa, mas olhar com outros olhos para dentro dela. Quem sabe, olhando melhor, possamos visualizar um rio com águas transparentes, que tem a capacidade de levar embora as preocupações que não precisamos mais! Ou ainda que reflitam o nosso interior! E se ainda pudermos ir para perto do mar, que maravilha! Quantos ensinamentos ele tem para nos dar, basta se aquietar e observar! Lugares que tenham água por perto, ajudam a amolecer a terra seca, que são iguais a nossa dureza, rigidez e incompreensão. Olhar através de arcos, resulta em enxergar aquilo que realmente precisamos ver! Começamos a entender que a casa é a nossa morada, somos responsáveis por ela. Podemos dar cor ou não, mas o colorido exige mais cuidado. Observar se não estamos construindo muros muito fechados em volta da nossa casa. Muros separam, pontes ligam, aproximam. Através das pontes podemos ver o outro lado. Conhecer o outro lado muda a nossa percepção, nos transforma. Começamos a ter uma nova visão! E com a nova visão, fica mais fácil pensar na nova construção ou reforma! Precisamos nos aproximar mais das pessoas? Por acaso nos isolamos demais? Ou precisamos nos aquietar mais? Quem sabe um lugar mais alegre? Ou precisamos caminhar silenciosamente por ruas desconhecidas? Olhar para nossa casa requer coragem e força… É enxergar o que precisa ser mudado ou desapegar do velho! É olhar fundo. E quando o desapego acontece, ele nos leva em situações caóticas, mais valiosas! Neste momento surge uma confusão de cores e caminhos! É a reforma. Muitas vezes surgem o frio e o escuro, mas como tudo passa, sempre vem o novo dia para clarear! Toda reforma ou mudança traz “caos”! Mas precisamos lembrar que vale a pena, o resultado chega! Se a angústia bate à porta é hora de abrir e atender! Ela vem avisar que alguma coisa precisa mudar! Quem sabe uma pausa para refletir sobre tudo isso! Olhar para o rio e perceber que ele corre sozinho e tem seu tempo. Faz seu curso e segue livre, a cada lugar que o rio passa, ele vê novas paisagens, e nós queremos nos fixar! Permanecer! É hora de recomeçar, mudar de casa ou reformar! Assumir responsabilidades, ser dono delas! Com certeza não é fácil, mas vale a pena… por Gustavo Prebianca
É PRECISO IR EMBORA. 01/06/2023 VOLTAR Compartilhe nas redes sociais ESCUTE A MENSAGEM Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua empregada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso. É preciso ir embora. Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”. Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião. As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas." (Antônia no Divã) por Gustavo Prebianca